quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ator famoso que começou carreira no Teatro do Calabar


13/09/2007
Entrevista com Jorge Washington, do Bando de Teatro Olodum

A trajetória do ator Jorge Washington, natural de Salvador, “nascido e criado no bairro da Liberdade”, é inseparável do caminho vitorioso percorrido pelo Bando de Teatro Olodum. Desde o início no Calabar, a arte da representação está nele associada aos vínculos identitários e comunitários, que se foram ampliando com o passar do tempo. A montagem de “Áfricas”, dirigida por Chica Carelli, revela a maturidade do grupo que pode agora dialogar com todas as idades. O cinema, a televisão, chega enfim o reconhecimento - “mas estamos com os pés no chão”, disse Jorge.
Ìrohìn - Jorge, como começa sua história no teatro, você fez UFBa., foi aluno da Escola de Teatro, como foi?
Jorge Washington – Eu tenho segundo grau completo e comecei a fazer teatro no Calabar. A minha história com o teatro é engraçada. Fernando Conceição, hoje professor da UFBa., que era na época presidente da Associação de Moradores do Calabar, recorria ao teatro como arma de resistência para fortalecer a luta pela moradia. Fui assistir à montagem de “Negra Resistência”, um texto que eles fizeram sobre a revolta dos Malês, e me encantei com a peça. Comecei a seguir o grupo. Onde o grupo ia, eu ia atrás. Era o Grupo de Teatro do Calabar. Daí comecei a namorar uma das atrizes do grupo. Certo dia, Ney, um dos atores, saiu e Fernando virou pra mim e disse: Jorge, você pode substituir Ney. Mas nunca fiz teatro, eu disse. E ele falou: aqui ninguém nunca fez, aqui todo mundo faz por intuição. Aí eu disse: se é assim, faço. Aí entrei no Grupo de Teatro do Calabar e não parei mais.
Ìrohìn- Nenhuma experiência institucional?
Jorge Washington – Fiz um curso livre na UFBA, um curso de um ano, onde se abrem as portas para o mercado do teatro baiano, um curso de extensão, onde você cursa várias disciplinas. O que aprendia lá, levava para o grupo do Calabar. E quando comecei a me enfronhar no teatro comercial, fui vendo que ele não tinha nada a ver comigo. Nada contra o besteirol, nada contra o teatro, mas o que eu quero é esse teatro que faço no Bando. E quando estava quase desistindo de fazer teatro, isso em 90, aí li no jornal que o Olodum se juntava a Márcio Meirelles para montar uma companhia de teatro. Que viria a ser o Bando de Teatro Olodum e queria trabalhar com a raiz afro-brasileira, valorizando o recorte racial. Eu disse: esse grupo é legal, esse grupo eu quero. Fui me inscrever, tinha gente pra caramba e, é engraçado, Chica Carelli já era uma atriz consagrada, cantora. Quando vi Chica fazendo avaliação de música, eu disse: não sei nem bater pau no ritmo, não vou passar. Mas aí passei por Chica, passei por Leda, na dança, passei pela avaliação de Márcio, e fui selecionado. Aí, nos juntamos com a proposta de montar um Auto de Natal

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